Search

quica o berro de álcool gel – Coluna Acre Infuso – Fábio Santiago

(por Fábio Santiago) O cachorro berrava AU, AU dia, enquanto eu caminhava de um cômodo a outro, a sorte será lançada em ruídos, refaço-me, quico o meu berro de álcool gel em retorcidas sinfonias atonais, janelas escrevem olhos, paredes tem pernas, não vacilo.  Os martelos não lavam mais o calçadão da cidade com estrume e farsas supersônicas. Só o mofo marcha com […]

Homem Invisível

(por Eugênio Vinci de Moraes) Acordei com uma vontade canina de ir a um sebo. Há mais de um ano sem pisar num deles era de se esperar, mas esse desejo nasceu de um sonho na noite passada. Chovia muito nele. Fui levar cobertores para moradores de rua. Conversei com um casal que dormia num […]

Em busca do calor perdido

(Por Eugênio Vinci de Moraes) Caminhava para exorcizar o frio que me sorveteava os dedos dos pés. A elegante luz de inverno compensava os minguados e escarnecedores graus célsius daquela manhã. A ideia era fustigar ossos e músculos em busca do calor perdido. Incendiado pelo objetivo, desci a rua de casa rumo ao Bosque do […]

Educação pela bruma – Anticrônica

(Por Eugênio Vinci de Moraes) Bruma. Um pingo de garoa num copo de frio. Uma rua fora de foco. Noite vazia de gente, noite transbordando sombras. Eu havia chegado à cidade há algum tempo, quando passei a varar esse cenário noir da madrugada curitibana. Morava perto da praça da Espanha, antes de desonrarem o bom […]

O DIA EM QUE NÃO TE ENCONTREI – Coluna Acre Infuso – Fábio Santiago

No comecinho de 2020, lembro muito bem, era tarde clara e ensolarada, o morcego ainda mostrava a sua face.  Tiramos o dia para assistir a uma apresentação infantil, minha esposa segurava a pequena afilhada, ainda de colo, eu estava incumbido de cuidar das mochilas e bolsas.  Chegamos ao Mercado Municipal, tudo corria como deveria correr, contação de histórias, bruxinhas, vampiros e canções. Não, vampiros não!  Logo mais, caminhadas por corredores, gôndolas abarrotadas […]

“Imensa preguiça!”*

(Por Eugênio Vinci de Moraes) As palavras que lê agora, meu atarefado leitor, minha atarefadíssima leitora, digitam-se aqui mui lentamente. De pantufas, evitam arranhar a tela em que se inscrevem. Algodões, esperam tocar com delicadeza os ouvidos. Esvaziam-se, dão-se à aragem que roça as folhas da aroeira. Ondulam como a água de um lago profundo. […]