Pedras da loucura – Eugênio Vinci
Esta manhã acordo e/ não a encontro. /Britada em bilhões de lascas…(Drummond, “Montanha pulverizada”) O mineiro João Pimenta da Silva cavou um poço de quarenta metros na cozinha de sua casa em Ipatinga movido por um sonho. Um prédio de treze andares de cabeça pra baixo, um túnel de metrô, pense. Septuagenário, Pimenta contou com ajudantes, […]
Olhos não largam horizontes – Fabio Santiago
A serra faz suar, castiga o motor com reduzidas, freio motor, ouvidos entopem, a vontade de transpor as suas costelas e abandonar as suas lágrimas é um anseio para quem, agarrado ao volante, não vê a hora de chegar ao destino. A serpentina de caminhões decora a subida, apenas uma faixa ainda está livre para […]
Trump em uma Nação Entre a Cultura e a Barbárie – Salvio Kotter
O Reflexo da Alta Cultura em Um Espelho Quebrado Ao falarmos dos Estados Unidos e o que de fato representam, surpreendemo-nos com uma dicotomia entre extremidades que definem a nação. Vemos de um lado uma sociedade que é berço de gigantes da alta cultura, da alta literatura, como Edgar Allan Poe, Ernest Hemingway e T.S. […]
O Vampiro de Boina na Biblioteca Hipnotizada (Fabio Santiago)
Quem vem lá outra vez? Os mesmos personagens do dia anterior caminham velozes, escondem a idade que têm, esbaforidos aconchegam-se nas cadeiras e poltronas, cercados por periódicos de todas as ordens e jornais de outras paragens. Um deles, o agitado, parece estar tão perto do jornal que daqui tenho a impressão de que seu rosto […]
Crônica andarilha (Fabio Santiago)
O Largo da Ordem abriga, aos domingos, a feirinha de Curitiba. Não há moinhos, e sim um cavalo babando. Eu caminho com Angela, ele, com la imortal Dulcinéia del Toboso, em seu delírio; nestas aventuras, soy Sancho Pança, ele, o caballero de triste figura. Bueno, seguimos acompanhados por nossas formosas damas, entre as barraquinhas de […]
Crônica para morder as margens selvagens transcendentais de um sonho florido (Fabio Santiago)
Sonhava que andarilho, no calçadão petit pavé da Rua XV, no pedacinho da Rua das Flores, andava com a cabeça em petúnias, amores-perfeitos e bocas-de-leão. Encostei no bondinho vermelho. Se vou reto, chego na Boca Maldita. Se subo a Ébano Pereira, encontrarei a Biblioteca Pública do Paraná. Andarilho das brumas, quero antes de tudo os […]