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O SONHO CONTINUA – Sandra Modesto

Em 15 de novembro de 1989, e, numa eleição solteira (Apenas para presidente) dois candidatos: Fernando Collor de Melo e Luiz Inácio Lula da Silva. Votei em Lula. Nunca deixei de votar no metalúrgico que representa uma forte luta sindical. E jamais desistiu do sonho de governar o país. No domingo angustiante do dia 17 […]

Labirinto Xadrez (Fabio Santiago)

Nestas crônicas da vida vazia o copo segue cheio, daqui do décimo primeiro andar do precipício. Da encosta, encontro nuvens gordas e destemidos vultos que me escapam sem que eu possa riscar direito as suas faces no papel. Flamejam, entrecortados por calçadas e estantes. Restam-me esboços, ruínas que farejo, fragmentos de vidas, miudezas, anotações. Pedaços […]

ESSE NEGÓCIO DE TEMPO- Sandra Modesto

A velhice caminha por aqui. Coloco uma pedra e ela volta, numa poltrona antiga, rasgo o tempo entre os dedos. Esses dedos de linhas impertinentes, iguais aos de tantas mulheres, que eu não sei se dormem direito. Minha mãe nunca cochilou no meio da tarde, após o almoço a labuta da dona- de- casa rompia […]

No Passo da Garota, Caiu no Samba, a Crônica (Fabio Santiago)

Há que se dizer, é na cadência do samba, que um bom remelexo, entortando as pernas do marcador do eterno camisa sete, nosso Garrincha, dribla, de lá para cá, fazendo a torcida vibrar. A moça requebrando as cadeiras nas calçadas, no pagode, no boteco, esbanjando seus passos, fazendo girar o pescoço de quem a observa, gingando, […]

Quando Chove Acendo o Lampião (Fabio Santiago)

Dizem que banho de chuva, no primeiro dia do ano, traz sorte, abre os caminhos. Sigo desviando das poças, persigo marquises. Quando chove, a primeira coisa que surge na cabeça é a sequência inicial de Rashomon (1950), filme de Akira Kurosawa, não há temporal mais lindo e poético do que o desta fita, para estes […]

Poetas Ecoam na Cidade Vestida de Ipês (Fabio Santiago)

Caminho pelo calçadão da Rua XV, destinos espalham-se, em silêncio atravesso esquinas que hão de ter logradouros, as órbitas pressentem. Flano como na juventude, que escorreu no amarelo dos ipês, da praça Tiradentes. Fecho os olhos. Atravesso a Rua Emiliano Perneta. Como posso saber que os meus passos são dela? Pressinto! Os pingos de chuva visitam-me, “Nós Ficaremos, como menestréis da rua, /Uns infames reais, […]