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Julho de 2020 – Parte 3 – crônica de Bruno Nogueira

por Bruno Nogueira A enfermeira entra. Como sempre, dinâmica, direta, ao ponto. A máscara já vestia, retira um par de luvas de uma caixa de descartáveis e atravessa rápida a sala. Pela primeira vez, Damiano a segue: supervisiona o que acontece em sua casa. Ainda assim, vira a cara quando a porta do quarto é […]

Ciclovias nunca antes pedaladas – crônica de Eugênio Vinci de Moraes

por Eugênio Vinci de Moraes. Pedalei como um remador de galés dia desses. O Tonico que me arrastou pra essa travessia ciclística. E a maré não estava nada favorável: fazia um frio islandês e uma garoa vassourava nosso rosto de quando em quando. Saímos do Pilarzinho rumo ao Jardim Social com destino ao Bosque de […]

Recado da Primavera – Crônica de Eugênio Vinci de Moraes

por Eugênio Vinci de Moraes. A primavera chegou. Desculpe a frase fácil. Talvez devesse rebuscá-la, pingar uma metáfora, desarranjar-lhe a ordem. Mas quem pode com a primavera? Por mais amazônias que se queimem, ela insiste em voltar. Por trás da janela, florinhas amarelas espocam no ar lavado de sol. E a farra das folhas, preenchendo […]

JULHO DE 2020 – PARTE 2

por Bruno Nogueira             A geladeira que era do velho tem água, manteiga barata, pão de forma, uma vasilha da comida que a enfermeira fazia e levava por dó, e as caixas de insulina — além das cervejas que Damiano deixou na última visita ao velho. Pega uma lata, abre, […]

Julho de 2020 – Parte 1 – crônica de Bruno Nogueira

por Bruno Nogueira  Damiano estava lá quando o pai morreu. Caos no corredor do hospital, a médica responsável ricocheteando entre salas e corredores, suor sob a máscara. A entrada era proibida, mas Damiano desconfiou. Sempre discreto, esgueirou-se, aproveitou o caos: e era mesmo. Foi expulso pela médica que finalmente o notou. Reparou nos olhos puxados […]

Labiríntico 24 Quadros Morfeu – crônica de Fábio Santiago

por Fábio Santiago   Atravessam com pernas longas e desertas os meus sonhos, avançam pelo travesseiro e querem um bocadinho de vida na folha do papel, melhor dizer, na tela luminosa, que rouba o vigor dos olhos, os deixa miúdos, mudos. Não basta sonhar, tenho que guardar o que sobrou dos sonhos, secar a palavra, […]