Zé Celso, xamã transmoderno
Pelas mãos de Pagu ungidos nos festivais dos anos 50 em Santos surgiram dois dos nomes mais viscerais do teatro brasileiro: o conterrâneo Plínio Marcos e José Celso Martinez Corrêa. Como numa corrente de forças dionisíacas foram os três a colocar a brasilidade em campo no teatro. Todos espectros foram depois radicalmente contemplados no mais […]
Do nada virou crônica, Donada era quem não podia sonhar (Fabio Santiago)
Meus quatro olhos iludiram-me: avistei. O avistado não era o que deveras fora, pele e osso, metal retorcido. Embaralhar desmaios. Ela nasceu dentro de uma biblioteca, entre onze estantes entupidas de livros, Donada era o apelido, daquela que lhe pusera na vida, “neste mundo quem não tiver, não terá!”. De mãos dadas, a pequena ouvia, […]
O Vampiro de Boina na Biblioteca Hipnotizada (Fabio Santiago)
Quem vem lá outra vez? Os mesmos personagens do dia anterior caminham velozes, escondem a idade que têm, esbaforidos aconchegam-se nas cadeiras e poltronas, cercados por periódicos de todas as ordens e jornais de outras paragens. Um deles, o agitado, parece estar tão perto do jornal que daqui tenho a impressão de que seu rosto […]
Crônica andarilha (Fabio Santiago)
O Largo da Ordem abriga, aos domingos, a feirinha de Curitiba. Não há moinhos, e sim um cavalo babando. Eu caminho com Angela, ele, com la imortal Dulcinéia del Toboso, em seu delírio; nestas aventuras, soy Sancho Pança, ele, o caballero de triste figura. Bueno, seguimos acompanhados por nossas formosas damas, entre as barraquinhas de […]
Crônica para morder as margens selvagens transcendentais de um sonho florido (Fabio Santiago)
Sonhava que andarilho, no calçadão petit pavé da Rua XV, no pedacinho da Rua das Flores, andava com a cabeça em petúnias, amores-perfeitos e bocas-de-leão. Encostei no bondinho vermelho. Se vou reto, chego na Boca Maldita. Se subo a Ébano Pereira, encontrarei a Biblioteca Pública do Paraná. Andarilho das brumas, quero antes de tudo os […]
A Poesia Esfarelada dos Dias e a Crônica do Calçado Sem Coração! (Fabio Santiago)
– Ela sorria com os pés! Tento adentrar as suas ondas marítimas. Há nas espumas do mar a poesia esfarelada. Repare, será que ouvi direito? Quero saber mais! Ao que parece o sorriso veio calçado no scarpin da outra, a tal que desdenhava. A senhora, esmiúça pausadamente a memória, conta-me tintim por tintim. Perco-me, sigo […]